Todas as noites milhares de casas espalhadas pelos quatro cantos do mundo abrem suas portas e expõe sua mercadorias: sonhos. Sonhos sólidos, líquidos, gasosos. Seios, bocas, bebidas, fumaça. Ai de quem mergulhar nesse mar de veneno, nessa lama enfeitada, nesse sangue das taças ... Só acredite no que seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. Não acredite nem no que seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. E saiba que não acreditar ainda é acreditar.
O movimento de um mundo criado à margem, nos subsolos e porões de onde surgem travestis, prostitutas, gays, lésbicas e michês. Arquétipos de um mundo obscuro que, por instinto de sobrevivência se submetem a qualquer tipo de humilhação e ao mesmo tempo criam um universo paralelo, particular de delírios e obsessões. Seus sonhos frustrados e suas identidades perdidas servem de instrumento para uma exacerbação do ser em uma constante busca pelo que ser perdeu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário