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terça-feira, 23 de novembro de 2010

sábado, 22 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

sobre o espetáculo




No caminho de qualquer pessoa há um momento em que se faz necessário uma escolha, e essa escolha determinam o salto ou a queda. E é justamente este o movimento que apresentamos nesse espetáculo. O Córtex corresponde à camada mais externa do cérebro. É o local de representações simbólicas, o que ele representa ele processa e integra, e com isso irá responder com uma ação. Representa- Processa – Integra - Age. É a sede do entendimento, da razão. Se não houvesse córtex, não haveria linguagem, percepção, emoção, cognição, memória.
O movimento de um mundo criado à margem, nos subsolos e porões de onde surgem travestis, prostitutas, gays, lésbicas e michês. Arquétipos de um mundo obscuro que, por instinto de sobrevivência se submetem a qualquer tipo de humilhação e ao mesmo tempo criam um universo paralelo, particular de delírios e obsessões. Seus sonhos frustrados e suas identidades perdidas servem de instrumento para uma exacerbação do ser em uma constante busca pelo que ser perdeu.
Córtex surge com o objetivo de criar uma cena teatral direcionada à pesquisa de novas linguagens contribuindo para o surgimento de um novo perfil na cena contemporânea baiana rompendo com as estruturas tradicionais do teatro e fazendo com que a platéia pense, reflita e se sinta numa posição construtiva do espetáculo.
Utilizando ferramentas do teatro contemporâneo como a performance, vídeos, dublagem e uma dramaturgia de fragmentos. Córtex constrói uma cena dinâmica e contundente. A peça trata de temas como amor, os sonhos, identidade e vícios através de recortes de historias vividas ou sonhadas por personagens que representam os arquétipos desse universo: a prostituta, o michê, o travesti etc.
Córtex é um espetáculo intenso e imprevisível: reflexo de um mundo inacabado, um show performático num ambiente decadente é o pretexto para oito atores arrancarem suas máscaras e contarem todos os seus segredos, um panorama ao mesmo tempo amargo e sarcástico, de amores corroídos e fracassados, sonhos desperdiçados e identidades perdidas, investigando o que há de grotesco e sublime em uma busca desesperada por autenticidade.
Ficha Técnica
Concepção + direção: Thiago Romero
Diretor Assistente: Gustavo Nery
Dramaturgia: Thiago Romero+ Gustavo Nery e processo colaborativo com os atores
Atores: Duda Woyda + Gustavo Nery + Gilmário D`Souza + Jandiara Barreto + Karen Souza+ Luiza Bocca+ Márcia Gil-Braz + Marcus Sou`Sant + Victor Gally.
Figurino: Tina Melo
Assistente de figurino: Marcus Sou`Sant
Ambientação Cênica: Thiago Romero
Fotos: Diogo Baleeiro +Tina Melo+ Talitha Andrade
Paisagem Sonora: ZERO
orientação de coreografia: Tassia Gramacho
Iluminação: Marcos Fernandes
Programação visual:Thiago Romero
Produção: Bruno Rodrigues
Assistente de Produção: Jandiara Barreto
Realização: Gangorra Produções + Tempero Produções + Teatro da Queda

teaser...

cenas...

trechos...

Você lembra quando eu te conheci, era engraçado, eu tava tão inteira e tão partida ao mesmo tempo, você olhou para mim e disse que a coisa mais bonita que você faz é acender um cigarro de uma outra pessoa. Eu lembro que eu tinha um entre os dedos, você pegou o isqueiro e acendeu: como cena de algum filme, sei lá. Eu lembro até hoje disso tudo. Depois nos brilhamos como a lua. E quando eu gozei, eu chorei. Dizem que quando o gozo sai como lagrimas e sinal de que o corpo todo está se derramando em um êxtase qualquer, que nós ainda não sabemos. E eu não sabia. Eu era assim movida por uma eletricidade que eu não entendia. Agora você me diz que... E eu não te digo nada. Apenas assim... aconteceu... o tempo não viverá se tocar a minha boca.

trechos...



Todas as noites milhares de casas espalhadas pelos quatro cantos do mundo abrem suas portas e expõe sua mercadorias: sonhos. Sonhos sólidos, líquidos, gasosos. Seios, bocas, bebidas, fumaça. Ai de quem mergulhar nesse mar de veneno, nessa lama enfeitada, nesse sangue das taças ... Só acredite no que seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. Não acredite nem no que seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. E saiba que não acreditar ainda é acreditar.